Segundo Maria Montessori, a criança possui uma “vida psíquica”; ela é embrião espiritual e segue o desígnio construtivo em seu desenvolvimento.
Para ela, “O homem difere dos demais animais por ter o que considera de duas fases embrionárias, uma pré e outra pós-natal. Na fase pós-natal, na qual a criança é um embrião espiritual, a criança não somente adquire as características do homem, mas também constrói condições para se adaptar ao mundo ao seu redor (MONTESSORI, 1967. p.63).
A ideia de que a criança “constrói o homem” deve ser compreendida como uma metáfora usada por Maria Montessori, e que de forma poética, afirma que através dos estímulos do ambiente e das habilidades inatas para a aprendizagem, ela constrói as relações para sua formação.
Ao longo do seu crescimento, a criança passa por fases de Desenvolvimento e vai conquistando a autonomia, a independência e as competências para assimilar e interagir com o mundo. Maria |Montessori explicava que durante os primeiros anos de vida, a criança absorve os estímulos ao seu redor de forma inconsciente (de 0 a 3 anos) e consciente ( de 3 a 6 anos) - conceito nomeado por ela como mente absorvente.
A primeira missão da educação é “libertar, conhecer, descobrir o potencial e abrir as portas para esse período de expansão e descobertas” respeitando a individualidade infantil, onde aprende sozinha, através da livre escolha e movimentos. Ao desenvolver as competências básicas para a vida: o saber, o saber fazer e o saber contextualizar, a criança torna-se protagonista do seu “eu” e construindo o “homem”, capaz de viver e favorecer para um mundo melhor.
Quando o ambiente anula esses desígnios, reações como birra, caprichos e ira são manifestações que não devem dar ideia que essa seja sua personalidade.
Referência: A descoberta da criança, Pedagogia Científica; Maria Montessori, Editora Kirion